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São Francisco: servo perfeito da “Dama Pobreza”

Segundo antiga tradição, esta é a verdadeira fisionomia de São Francisco de Assis

(Afresco de São Francisco de Assis em Subiaco - Província de Roma)

Francisco, homem de Assis, é um dos santos mais populares do mundo e marcou profundamente não apenas a vida da Igreja, mas também a sociedade de sua época. Comemoramos sua festa no dia 4 deste mês, porém o lembramos sempre que nos deparamos com um pobre sofredor e a ele estendemos as mãos por amor a Jesus presente no irmão. 

São Francisco nasceu em 1182 na pequena e famosa cidade de Assis, situada na Itália. Seus pais eram nobres, possuíam bens materiais e não compreendiam a vocação do jovem santo. O Senhor incutia em seu coração um dom que o tornava generoso com os pobres. Esse sentimento de piedade foi crescendo em seu coração e impregnou-o de tanta bondade, que decidiu, como ouvinte atento que era do Evangelho, ser generoso com quem lhe pedisse esmola, sobretudo a quem pedisse pelo amor de Deus, de modo a dar até parte de seu vestuário. 

Rezando um dia em uma capela, ouviu o Crucificado pedir-lhe que restaurasse Sua casa, que estava em ruínas. Tomando as palavras literalmente, empenhou-se na reforma não só desse templo, mas de dois outros mais. Nosso Senhor, porém, pediu que sobretudo restaurasse não os edifícios das igrejas, mas a própria Igreja enquanto instituição. Mas disse-lhe o Salvador: “Se queres conhecer minha vontade, precisas desprezar todas as coisas que até aqui materialmente amaste e desejaste. Quando tiveres feito isto, ser-te-á agradável tudo quanto te é insuportável e se tornará insuportável tudo quanto desejas”. 

Ocorreu nessa época o conhecido episódio em que Francisco, contra a vontade de seu pai, se apressou em despojar-se até da roupa do corpo. Depois disso entregou-se inteiramente à “Dama Pobreza”, seguindo fielmente os conselhos do Evangelho. 

Começou a anunciar a verdade, no pleno ardor do Espírito Santo. Convidou outros a se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que levassem uma vida de penitência. Começaram alguns a praticar a penitência, e em seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida, usando vestes simples. O humilde Francisco decidiu que eles se chamariam Frades Menores. 

Para conseguir a aprovação de sua principiante Ordem, Francisco dirigiu-se acompanhado a Roma. E o Senhor estava com ele, pois, pouco antes de chegar, o Papa Inocêncio III viu em sonho a basílica de Latrão, prestes a ruir, mas um pobrezinho homem pequeno sustentava-a com seus ombros, impedindo que ruísse. Quando o Sumo Pontífice viu em sua presença o pobre de Assis, reconheceu-o, abraçou-o, e disse a ele e a seus companheiros: “Irmãos, ide com Deus e pregai a penitência, segundo vos será inspirada. Quando tiverdes crescido em número e o Senhor aumentado suas graças a vosso favor, tornai a nós, que vos concederemos o que desejardes e ainda mais.” Munidos dessa aprovação pontifícia, os novos religiosos saíram para pregar, em duplas, percorrendo as cidades da região e mostrando aos seus habitantes, pela palavra e pelo exemplo, o caminho da salvação. 

Sua convicção e seu modo de vida alegre amando e respeitando a humanidade, os animais e a natureza atraíram também a jovem Clara. Desde o momento em que o ouviu a pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu grande irmão e pai espiritual. 

Por volta de 1217 o santo recebeu em sua Ordem um querido irmão que se tornaria um dos santos mais populares do mundo, Frei Antônio de Lisboa, que mais tarde, também ficou conhecido como Frei Antônio de Pádua, o grande Santo Antônio. 

Sua devoção ao Menino nascido pobre em Belém foi traduzida na criação do primeiro presépio, sendo o responsável em divulgar a devoção pela Sagrada Família de Nazaré na noite do Natal do Senhor. A ideia nasceu do seu desejo de tornar as grandes verdades do Espírito Santo uma realidade para qualquer um e não apenas aos que tinham acesso à Palavra de Deus. 

O amor de São Francisco era manifestado a todos sem exceção, mas principalmente aos mais necessitados de caridade e pela natureza e suas criaturas, quem ele chamava de "irmãs" ou "irmãos". Hoje é considerado o patrono da Ecologia por seu cuidado pela criação. Nestes tempos de agressões contra a natureza e seus recursos que favorecem as mais variadas formas de vida torna-se importante contarmos com a valiosa intercessão de São Francisco para melhor respeitarmos os bens naturais visando termos vida saudável e em abundância, bem como garanti-la às gerações futuras. 

Entre suas andanças, Francisco foi até um monte italiano em companhia de alguns de seus frades, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça sem igual. Apareceu-lhe Nosso Senhor Crucificado que, depois de longa conversa, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da sua Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que tanto desejou assemelhar-se a Ele em ações, obteve mais estes sinais em comum com o Divino Salvador. 

Já próximo à morte, desejou São Francisco que dois frades permanecessem junto a seu leito para cantar os louvores à “irmã morte”. Dizia aos que estavam a sua volta que por graça do Espírito Santo, sentia-se tão profundamente unido ao Senhor Deus, que não poderia deixar de se alegrar nEle. 

Por fim, tendo-se realizado nele todos os planos de Deus, o bem-aventurado adormeceu no Senhor sobre uma tábua de madeira que usava como cama e rodeado dos “irmãos” pássaros, rezando e cantando Salmos, no dia 4 de outubro de 1226, sendo canonizado apenas dois anos depois. Francisco é para nós importante exemplo de ser cristão e com sua vida nos provou ser possível obedecer a máxima evangélica: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. 

Rezemos com o santo buscando ser no Senhor de Bondade instrumentos de Sua Paz para que onde haja ódio possamos levar o amor, onde houver tristeza levemos alegria, onde houver trevas levemos a luz.

Que São Francisco de Assis possa nos ajudar a amar o Cristo presente no irmão e tudo o mais que vem de Deus. Assim seja! 

                                                                                                                                                                                                                    (Éder S. Sá Britto)