Atendimento Secretaria

11 2033-1005

Ter. a Sex. 13h00 as 17h00 / Sab.: 08h00 as 12h00, 13h30 as 15h30

Home / Artigos / Santo do Mês - São Paulo Miki e seus companheiros, Mártires

Santo do Mês - São Paulo Miki e seus companheiros, Mártires

“e sereis minhas testemunhas… até aos confins da terra” (At 1, 8)     

Nestes tempos em que uma triste perseguição aos cristãos inocentes vem crescendo e se espalhando por vários países africanos, asiáticos e já atinge parte da Europa, é encorajador meditar sobre a vida e o martírio daqueles que souberam amar a Cristo presente no irmão e tiveram sua fé sustentada mesmo na agonia do sofrimento. Lembremos-nos de São Paulo Miki e seus companheiros, cuja celebração de suas memórias se dá no dia 6 de fevereiro, pois a história do martírio desses homens é um exemplo concreto de fé, devoção e entrega a Jesus. 

A Igreja de Cristo inspirada pelo Espírito Santo se apoiou nos missionários para sua expansão no decorrer dos séculos. Primeiro foram os apóstolos que se espalharam pelo mundo após a ressurreição de Jesus. Durante o período das colonizações, entre os séculos XV e XVI, o cristianismo encontrou nos missionários da Companhia de Jesus a forma de iniciar a evangelização nas Américas e no Oriente. Entre eles destacaram-se São Paulo Miki e seus companheiros.

Paulo nasceu no Japão, entre os anos de 1564 e 1566. Ingressou na Companhia de Jesus e pregou, com muito fruto, o Evangelho entre seus compatriotas. Havendo perseguição contra os católicos, foi preso com vinte e cinco companheiros. Depois de maltratados, foram levados a Nagasaki, onde foram crucificados e martirizados em 5 de fevereiro de 1597.

A fé cristã chegou ao Japão em 1549, por intermédio de São Francisco Xavier (03 de dezembro) que começou trabalhando sozinho. Cerca de 20 anos depois de sua morte a comunidade já contava com mais de 20 mil pessoas. Desde 1587 a religião cristã estava proibida no Japão, entretanto era tolerada até a conquista das Filipinas pelos espanhóis em 1594, fato que fez o Imperador japonês ligar o cristianismo ao colonialismo europeu, o que determinou o início da perseguição aos cristãos.

Paulo foi educado pelos Jesuítas no seminário e entrou para a Sociedade de Jesus (Jesuítas) em 1580. Logo ficou famoso como pregador e evangelista denunciando as injustiças contra o seu povo, pondo-se sempre em defesa da vida. Por isso foi preso pelos oficiais do governo. Paulo e seus companheiros foram levados para uma colina em Nagasaki. Ali foram pregados nas cruzes e traspassados por lanças. Antes da entrega derradeira de suas vidas os santos mártires testemunharam mais uma vez a fé em Cristo vivo e Salvador perante todos os que ali estavam. São Paulo Miki vendo-se colocado entre seus irmãos no alto da cruz começou a dizer que era japonês e pertencia a Companhia de Jesus, que ia morrer por haver anunciado o Evangelho e que dava graças a Deus por lhe conceder tão imenso benefício. E por fim disse estas palavras: “Agora que cheguei a este momento de minha vida, nenhum de vós duvidará que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos, portanto, que não há outro caminho para a salvação fora daquele seguido pelos cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar os inimigos e os que me ofenderam, de todo o coração eu perdoo o Imperador e os responsáveis pela minha morte, e lhes peço que recebam o batismo cristão”.

Em seguida, voltando os olhos para os companheiros, começou a encorajá-los naquele momento extremo. No rosto de todos transparecia uma grande alegria em morrer por Jesus diante de todos. Seus companheiros louvavam a Deus com cânticos e salmos, movimentavam-se nas cruzes como que dançassem em uma festa a que foram convidados, entoavam versículos das Sagradas Escrituras e invocavam os nomes santos de Jesus e de Maria.

Finalmente, após os mais belos testemunhos de fé já vistos na “terra do sol nascente”, os carrascos os feriram com golpes de espadas e em pouco tempo mataram a todos.

Os relatos sobre o martírio dos primeiros cristãos japoneses assemelham-se de maneira surpreendente ao que sabemos sobre as testemunhas da fé da Igreja primitiva. Não havia neles a menor sombra de fanatismo. Também não percebemos o menor indício de ódio, nem de desespero, nem qualquer dúvida sobre em que Deus depositaram sua fé, mas apenas uma enorme certeza e uma serena alegria.

Que o Senhor Deus que é força dos santos possa nos conceder, pela valiosa intercessão de São Paulo Miki e seus companheiros mártires, perseverar até a morte na fé que professamos. E que a alegria do Senhor seja sempre a nossa força para sermos suas “testemunhas… até aos confins da terra” (At 1, 8).

São Paulo Miki e companheiros mártires, rogai por nós. Assim seja!  

(Artigo inspirado em “Da História do martírio dos santos Paulo Miki e seus companheiros, escrita por um autor do tempo” - Cap.14,109-110: Acta Sanctorum Febr. 1, 769, séc. XVI)

Éder Soares.

(Catequista)