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Santo do mês: São José

“José... Maria concebeu pela ação do Espírito Santo... e tu darás ao menino o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados”. (Mt 1, 20-21)

Estamos refletindo nesse tempo quaresmal sobre as práticas dos exercícios que alimentam a fé do povo de Deus, a saber: oração, jejum, caridade, silêncio, obediência, confiança, esperança. Entre os grandes servos de Deus que nos ensinaram a viver conforme a vontade do Pai, destacamos nesse mês de março uma das figuras mais importantes para que o plano de Salvação acontecesse, lembremo-nos, pois, do glorioso São José. 

José nasceu provavelmente em Belém, seu pai se chamava Jacó e era descendente do grande rei Davi (Mt 1,16). A Tradição nos revela a figura do jovem José como um rapaz de muito talento e de temperamento humilde, além de manso e justo. Escolhido por Deus assumiu a bela e difícil missão de ser o pai terreno de Jesus e como tal teve que providenciar as necessidades de sua Família, cuidar e educar o menino na profissão e na fé, sempre pronto a satisfazer os desejos de Deus, sem mesmo saber sobre o projeto divino para a Família de Nazaré e para o mundo. 

Os Evangelhos não registram qualquer palavra que ele tenha dito. Mas seu silêncio tem uma especial eloquência: graças a tal atitude, podemos compreender perfeitamente a verdade contida no juízo que dele nos dá o evangelista São Mateus: José era justo (Mt 1,19). Em termos bíblicos, uma pessoa justa é uma pessoa observante no cumprimento das Leis e da vontade de Deus. Assim foi São José!

José, carpinteiro de Nazaré, era um homem digno e trabalhador honrado. Outra característica marcante era o silêncio constante que acompanhou tudo aquilo que ele realizou. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desse santo homem. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José fez e nos permitem ainda pensar que todos os seus feitos eram envolvidos pelo o seu silenciar. É sabido que aquele que reza, que ora, que conversa com Deus, silencia seus lábios e sua alma e se oferta ao Pai, portanto, podemos afirmar que o pai adotivo do menino Deus orava sem cessar e ao mesmo tempo oferecia a seu Senhor cada pensamento, palavra e ação, revelando assim um profundo estado de contemplação. Em todos os momentos São José estava em contato com o Mistério da Salvação e, muito embora o desconhecesse, era capaz de senti-lo e vivê-lo.

Na Exortação Apostólica “Redemptoris Custos” (1989), São João Paulo II destacou a figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja. Disse-nos que no decorrer da sua vida, que foi uma peregrinação na fé, José permaneceu fiel ao chamamento de Deus até o fim. 

São José nunca se desesperou diante das angústias sofridas porque muito amou e seu amor a Jesus e a Maria santíssima é ao mesmo tempo assegurado à Igreja de seu Filho, pois como amar a cabeça e desprezar os membros do corpo de Cristo? José foi o legítimo e natural custódio, chefe e defensor da Sagrada Família. Como Patrono e guardião da Igreja podemos esperar de São José sua especial proteção e intercessão junto a Deus, Nosso Pai e Senhor. Assim nos recordou o Papa Leão XIII em sua Carta Encíclica “Quamquam Pluries” (1889), sobre São José: “É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo”.

Sabemos que a dignidade da Mãe de Deus é altíssima e que não pode haver uma maior entre os santos de Deus. Mas dado que entre a beatíssima Mãe de Jesus e São José existe um verdadeiro vínculo matrimonial, é também certo que São José, mais que qualquer outro, se aproximou daquela altíssima dignidade que faz da Mãe de Deus a criatura mais bela e santa. É um fato que o sacramento do matrimônio constitui por si mesmo a forma mais nobre das relações, e traz consigo a comunhão dos bens não apenas os materiais, mas também e principalmente os bens espirituais. Portanto, se Deus deu José como esposo a Maria, deu-o não só como companheiro de sua vida, testemunha de sua castidade e tutor da sua pureza, mas também como partícipe, por força dos vínculos conjugal e sacramental, da excelsa dignidade da qual Maria foi agraciada. 

Caríssimos irmãos e queridas irmãs, é necessário que em nossa piedosa e salutar devoção a São José coloquemos diante dele esses tempos de grande e danosa crise nas relações humanas onde imigrantes e refugiados são perseguidos e humilhados em terras estrangeiras. Rezemos pedindo o auxílio do santo esposo de Maria que viveu o desterro com sua Família para que abençoe cada peregrino em sua nova vida em terras distantes. Interceda a Deus para que novas políticas de acolhimento ao estrangeiro, que sofre por ter sua liberdade cerceada, sejam garantidas para que todos tenham vida e vida com dignidade, justiça e paz. 

Possamos em todos os momentos recorrer aos méritos de São José diante de Deus para a obtenção de infinitas graças. Peçamos ainda ao glorioso São José, Protetor da Família de Nazaré, que nos ensine a viver com piedade e devoção como ele viveu, amando a Deus sobre todas as coisas; obedecendo e fazendo sempre a vontade do Pai em nossa vida sem qualquer questionamento e acolhendo com humildade os propósitos do Senhor para nós; que diante das tribulações sejamos confiantes, pacientes e perseverantes no silêncio contemplativo de nossas orações. 

Venha São José nos indicar o caminho da justiça e da caridade, sustentar-nos a cada passo, conduzir-nos para onde a Divina Providência quer que cheguemos. 

São José, rogai por nós que recorremos a vós. Assim seja!

Éder Soares Sá Britto
(Catequista)