Santo do Mês - Santa Catarina de Sena

“Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Em 1347 nascia na cidade de Sena, Itália, Caterina di Iacopo di Benincasa, que mais tarde ficaria conhecida por todos como Catarina de Sena.
Já no século XVII encontram-se na hagiografia, ou seja, nos escritos sobre a história dos santos, importantes registros sobre a vida dessa especial santa. Segundo a história, Catarina era a vigésima terceira filha de uma família de vinte e cinco irmãos. Seu pai, Iacopo di Benincasa, exercia o ofício de tintureiro e era um homem caridoso. Sua mãe se chamava Lapa e amava os filhos com fervor e ternura. Catarina tinha apenas seis anos quando andando pela rua acompanhada de um de seus irmãos parou diante da Capela de São Domingos e teve a beatífica visão. Olhando para o alto da Igreja, a menina viu diante de si e suspenso no ar, um trono de grande beleza, ornado com uma magnificência majestosa. Nesse trono, um Rei estava sentado, era o Senhor Jesus Cristo, Salvador do mundo. Ao seu redor estavam os apóstolos Pedro, Paulo e João. Diante dessa visão, a menina ficou como que grudada ao chão e seu olhar fitou o Redentor. Ao ver a criança e com um sorriso doce, Ele ergueu a mão direita e, fazendo o sinal da cruz concedeu-lhe o dom de sua benção. Em seguida, tomada por um zelo ainda infantil, refugiou-se numa gruta e pôs-se a rezar com fervor chegando a ser elevada lentamente, permanecendo ali em profunda oração por mais de três horas.
Com sete anos, Catarina tendo sua alma animada pelo Espírito Santo de Deus, tomou uma transformadora decisão e nada detinha sua vontade. Sua vocação se afirmava. Então, em um lugar retirado, ela se ajoelhou, consagrando-se a Deus e à Bem aventurada Virgem Maria. Um sonho veio confirmar sua vocação.
Santa Catarina de Sena viveu num contexto histórico bastante conturbado. No século XIV, a Igreja de Cristo passou por momentos difíceis. Nesse período o papado foi transferido para a cidade de Avignon, na França, porque Roma se encontrava em grandes conflitos. Além disso, a Itália estava sendo invadida ao sul pelos mulçumanos e ao norte pelos normandos. Ficando, assim, o estado pontifício ameaçado de muitas formas. Porém, essa transferência não foi boa, porque ali os papas ficaram por cerca de 70 anos subjugados aos reis franceses. Um deles, o rei Filipe IV, chegou até prender o papa Bonifácio VIII.
Foi nesse século também, que ocorreu o “Cisma do Ocidente”, onde constantes conflitos entre papas e antipapas eram comuns. É bem verdade que se olharmos a História da Igreja, veremos momentos complicados e tristes, mas as ações santamente realizadas por ela são superiores e incontáveis. Dessa maneira, podemos ter a certeza de que as luzes são muito maiores. Ora, Cristo quis assim. Cristo quis que a Salvação da humanidade fosse através de tais circunstâncias. Sempre veremos Deus suscitando grandes homens e mulheres, verdadeiros santos e santas agindo em sua Igreja no meio de todas as tormentas, entre os pecados dos seus membros, em meio às heresias e perseguições. Sempre vimos e veremos a Igreja renascendo como que uma bela flor na primavera. E foi especialmente pelo trabalho dessa grande santa que a Igreja encontrou a comunhão novamente. Dirigindo-se ao papa Gregório XI, santa Catarina o exortou a sair do exílio em Avignon e voltar para Roma, a fim de devolver a unidade ao povo católico. E o pontífice, encorajado por ela, assim o fez. Através de cartas às autoridades ela conseguia mover homens para a reconciliação e a paz. Embora analfabeta, Catarina ditava cada uma de suas cartas para que outros as escrevessem como se fossem cartas escritas diretamente aos corações. Com santas e sábias palavras tocavam a todos que as liam.
Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas com altíssimos valores histórico, místico e religioso. O livro "Diálogo sobre a Divina Providência", é lido, estudado e respeitado até hoje. Santa Catarina de Sena, dotada de dons místicos e que recebeu as chagas dolorosas da Paixão de Jesus Cristo, partiu para a glória do Pai no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade, exclamando a seguinte frase: “Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Em 1970 foi declarada como Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI, hoje Beato, e mais tarde foi escolhida como patrona da Itália, junto com São Francisco de Assis.
Venha Santa Catarina de Sena nos indicar o caminho da perseverança, a firmeza na fé, a alegria em promover a comunhão e a solicitude na caridade.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós que recorremos a vós. Assim seja!
Éder Soares (Catequista)